terça-feira, 10 de abril de 2012

Tradição e Sobrevivência em meio a Crise dos Quadrinhos

É inegável dizer que o mercado dos quadrinhos está em crise, mas em meio às quedas nas vendas, uma editora em particular, a Sergio Bonelli Editore, em Milão, está sendo afetada minimamente. Criada na Itália em 1940, a editora é a responsável pela criação de um dos quadrinhos europeus mais bem sucedidos de toda a Europa, "Tex", que vende 215 mil exemplares mensais, além de outros 19 títulos publicados por mês, entre eles "Dylan Dog", gibi de horror com 140 mil cópias vendidas a cada 30 dias.




Para a editora, tradição é a palavra de ordem, e mesmo com a morte do diretor da empresa, Sergio Bonelli, em setembro de 2011, a editora recusou seguir os passos de empresas maiores, como Marvel e DC, que produzido nos últimos anos material para a internet. Para os funcionários, a filosofia instaurada por Sergio e a fidelidade da empresa ao padrão de qualidade foi o que os fez ser atingidos minimamente pela crise.



Todas as revistas da editora são publicadas em branco e preto - com edições especiais anuais em cores - e exportadas para toda a Europa.  No Brasil, a empresa é representada pela Mythos Editora, e a venda estimada de "Tex", o best-seller da Sergio Bonelli Editore, cantibiliza 25 mil exemplares mensais. A história em quadrinhos sobre faroeste, que já virou até filme em 1985, começou a ser publicada no Brasil em Janeiro de 1951 e seguiu até 1957, em revistas de 32 páginas. Mais tarde, retornou ao país em 1971 e continua até hoje.



Segundo o diretor editorial da empresa italiana, Mauro Marcheselli, são mobilizados 400 profissionais para a produção de seus quadrinhos, tentando estrear pelo menos dois personagens novos por ano. As estreia acontecem em minisséries de poucos números, para não cansar seu público, que engloba muitos leitores de mais de 40 anos, apaixonados por faroeste, policiais e ficção científica, com tramas adultas. Super heróis mascarados não são o foco da empresa.


 Por aqui, a Mythos Editora confirmou a renovação do contrato com a empresa italiana, continuando a publicar "Tex", mas agora deixando de ser mensal e se tornando quinzenal, atendendo a reivindicações dos leitores.










Fonte: Jornal "O Globo"











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